Ir direto para menu de acessibilidade.
Portal do Governo Brasileiro

XXIX Ciclo de Estudos Estratégicos - Os Desafios do Sistema Internacional Contemporâneo para a Defesa

Início do conteúdo da página

A Inteligência Artificial e sua utilização no processo de tomada de decisão militar

Publicado: Quinta, 11 de Julho de 2024, 01h01 | Última atualização em Quinta, 11 de Julho de 2024, 11h36 | Acessos: 328

 

Flavio Tostes Alves
 Coronel do Exército Brasileiro. Atualmente está cursando o CPEAEx na ECEME

Anderson dos Santos Alves
 Coronel do Exército Brasileiro. Atualmente está cursando o CPEAEx na ECEME

1. Introdução

De acordo com McCarthy (2007), inteligência artificial (IA) é o ramo da informática dedicado à concepção de sistemas que reproduzem o raciocínio humano, capaz de realizar tarefas e agilizar processos. Num mundo onde o conhecimento cresce exponencialmente, fica cada vez mais complexo consolidar e analisar informações para tomar decisões. Uma simples consulta na internet resulta num volume exagerado de dados. Nesse contexto, convém destacar dois pontos:

Primeiramente, nem toda informação obtida representa um dado confiável. Assim, para evitar chegar a conclusões equivocadas, é fundamental que o usuário aplique alguns critérios para selecionar os dados a serem utilizados. Dentre os principais aspectos a serem considerados para avaliar a qualidade dos dados, destacam-se os seguintes: plataforma ou publicação confiável, identificação e qualificação da autoria, data da publicação, coerência e compatibilidade com outras fontes.

Num segundo momento, reunindo somente os dados mais confiáveis, chega-se a um grande volume de informações. Num mundo cada vez mais competitivo, o tempo necessário para chegar a uma conclusão ou decisão pode fazer toda a diferença. Neste caso, pode-se dizer que uma boa decisão oportuna é melhor do que uma ótima decisão tardia ou fora do prazo. Nesta situação, a inteligência artificial se apresenta como uma poderosa ferramenta para reunir um grande volume de informações, proporcionando ao usuário uma maior velocidade para analisar dados e chegar a conclusões sobre determinado assunto.

Em vista dessas considerações, este artigo tem como objetivo verificar a aplicação da inteligência artificial (IA) no processo de tomada de decisão militar, com enfoque nas principais possibilidades e desafios advindos da utilização dessa tecnologia.

2. Surgimento e tipos de Inteligência Artificial

Segundo McCarthy (2007), o termo IA surgiu na década de 1950 por Alan Turing. Ele também pode ter sido o primeiro a decidir que a inteligência artificial deveria ser pesquisada através da programação de computadores, em vez de construir máquinas.

Em relatório publicado na revista National Geographic, o matemático inglês Alan Mathison Turing (1912 - 1954) é considerado o “pai da computação”, pois foi um dos primeiros personagens a considerar os computadores como um meio para se responder a qualquer tipo de problema. Para Alan Turing, a inteligência computacional do futuro deveria ser uma máquina capaz de aprender com a experiência. O caminho para conseguir isso seria permitir que uma máquina inteligente alterasse as próprias instruções fornecidas pelo seu mecanismo, defendia o matemático (NATIONAL GEOGRAPHIC, 2023).

Segundo Baldissera (2023) a IA pode ser classificada em 3 tipos: inteligência artificial limitada; inteligência artificial geral; e a superinteligência artificial.

A inteligência artificial limitada, também conhecida como “IA fraca”, tem como finalidade realizar as atividades para as quais foi previamente programada, utilizando uma grande quantidade de dados e processando informação com rapidez. Assim, realiza funções específicas e soluciona problemas pré-determinados.

A inteligência artificial geral, também conhecida como “IA forte”, compreende sistemas capazes de emular habilidades cognitivas e solucionar problemas para os quais não foram programados. Em teoria, a inteligência artificial geral superaria a capacidade humana, pois seria capaz de acessar e processar um grande volume dados em uma velocidade sobre-humana.

A superinteligência artificial, por sua vez, existe apenas teoricamente. A superinteligência artificial se refere a um sistema que demonstra poderes intelectuais sobre-humanos em praticamente toda área do conhecimento, incluindo a ciência, a criatividade e as habilidades sociais.

3. Sistemas de Inteligência Artificial militar no mundo e no Exército Brasileiro

Vários países fazem uso de sistemas militares que empregam a inteligência artificial para obter vantagens operacionais e estratégicas. A seguir, alguns exemplos ilustram como essa tecnologia está sendo aplicada.

- ALIS (Autonomic Logistics Information System) - EUA: utilizado principalmente pela Força Aérea norte-americana nos caças F-25, o ALIS é um sistema de manutenção preditiva que utiliza a inteligência artificial para monitorar o estado das aeronaves e para prever necessidades de manutenção antes que os problemas ocorram;

- Project Maven - EUA: é um projeto do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América que faz uso do aprendizado de máquina e da inteligência artificial para interpretar grandes quantidades de vídeo. O objetivo é automatizar a análise de vídeos capturados por drones para identificar objetos e atividades de interesse;

- Iron Dome - Israel: é um sistema de defesa antiaérea israelense que emprega inteligência artificial para rastrear e interceptar projéteis que ameaçam áreas povoadas ou infraestruturas críticas. O Iron Dome é capaz de calcular as trajetórias dos projéteis entrantes e decidir em tempo real se os intercepta ou não, baseando-se na previsão de onde eles cairão;

- Kestrel Eye - EUA: é um sistema de vigilância que usa microssatélites equipados com inteligência artificial para fornecer reconhecimento em tempo real. O sistema pode processar imagens automaticamente para identificar e acompanhar movimentos ou mudanças no terreno; e

- Skyborg - EUA: é um programa de desenvolvimento para integrar sistemas autônomos com aeronaves tripuladas e não tripuladas da Força Aérea norte-americana. Skyborg visa criar “companheiros de ala” AI-drone que podem voar em conjunto com pilotos humanos, executando tarefas de combate ou de reconhecimento.

Quanto ao Exército Brasileiro, nota-se que a instituição já emprega tecnologias de inteligência artificial agregando maior interatividade e velocidade no atendimento de demandas de ensino e comunicação social. Quanto ao ensino, o Departamento de Ensino e Cultura do Exército (DECEX) vem utilizando a inteligência artificial com êxito no ambiente EBAula, destinado à realização de cursos à distância (BRASIL, 2020a). Quanto à comunicação social, nota-se que Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx) emprega essa tecnologia no atendimento ao público em geral, onde o chatbot Sargento Max interage nas mídias sociais respondendo dúvidas 24 horas por dia (BRASIL, 2023).

4. O Processo de Tomada de Decisão Militar e a Inteligência Artificial

A tomada de decisão militar no nível estratégico é um dos fatores que moldam as políticas de defesa e as operações militares de um país, influenciando profundamente sua posição e segurança no cenário global. O ambiente estratégico de hoje é caracterizado pela sua volatidade e incerteza, exigindo que os líderes militares sejam capazes de operar em um espectro de condições muito mais abrangente do que no passado.

Nesse contexto, a importância de se manter uma constante consciência situacional implica uma compreensão precisa e constantemente renovada do ambiente operacional onde se atua, destacando a relevância de cada componente desse ambiente para a missão designada.

De acordo com a doutrina militar vigente no Exército Brasileiro, há diversas ferramentas de apoio à decisão que auxiliam o comandante e o seu Estado-Maior durante uma ação militar, como por exemplo: modelo de apoio à decisão, a matriz de apoio à decisão, a matriz de sincronização e a matriz de execução (BRASIL, 2020b). No decurso do processo de tomada de decisão militar, a inteligência artificial mostra-se vital, pois otimiza a decisão nos ambientes operacionais, processando e analisando grandes volumes de dados rapidamente. Isso concede aos comandantes militares uma vantagem significativa na precisão e no tempo de resposta, fatores cruciais no campo de batalha.

5. Possibilidades da Inteligência Artificial no Processo de Tomada de Decisão Militar

Diante do exposto, acredita-se que a incorporação da inteligência artificial no processo de tomada de decisão militar possibilitará uma evolução nas ações e atitudes militares, desde o nível tático ao nível estratégico. No que se refere ao nível estratégico, pode-se destacar os seguintes aspectos:

- Melhor conhecimento da situação: a utilização desta nova tecnologia promoverá melhorias significativas no entendimento das condições estratégicas militares. Este avanço é decorrente da capacidade em explorar e processar informações que seriam difíceis ou impossíveis de serem manipuladas apenas por humanos, uma abordagem que já se mostrou eficaz nos níveis tático e operacional (TUDELA, 2019).

Os comandantes militares têm acesso a uma vasta gama de informações de diversas fontes, incluindo as oriundas dos níveis tático e operacional, bem como da inteligência estratégica revisada e atualizada, além dos dados de países aliados e das organizações multilaterais, sem contar na grande quantidade de dados da internet, como redes sociais, fontes abertas e deep web. A capacidade de processar rapidamente esse extenso volume de dados garante uma visão mais detalhada e precisa da realidade no nível estratégico das operações militares.

- Planejamento militar aprimorado: a partir de um entendimento detalhado e atual da situação, o uso da inteligência artificial no planejamento estratégico ajuda a detalhar o problema em questão. A inteligência artificial define metas estratégicas alinhadas com os resultados esperados, usando critérios estabelecidos. A tecnologia também desenvolve várias estratégias de ação, realizando simulações de suas implementações, otimizando os critérios escolhidos e aproveitando-se das capacidades existentes (TUDELA, 2019).

Com base nessas análises, são formuladas as estratégias de resposta militar, que são validadas pelo comandante da operação e comunicadas ao nível estratégico e político. O processo é parecido com o tradicional, mas a inteligência artificial proporciona uma análise mais detalhada e rápida, dando uma vantagem estratégica na gestão de crises. A inteligência artificial também facilita a mobilização de forças, processando dados sobre as capacidades disponíveis e alocando-as na estrutura operacional, avaliando várias possibilidades e escolhendo as melhores para cada tipo de missão.

- Condução e acompanhamento estratégico das ações militares: o aprimoramento na compreensão situacional impactará positivamente a gestão estratégica das operações, pois possibilitará uma análise preditiva mais apurada (TUDELA, 2019).

As mudanças situacionais serão prontamente avaliadas e as correções necessárias serão sugeridas de maneira quase instantânea para assegurar a realização dos objetivos estratégicos militares. O monitoramento estratégico das operações militares se faz necessário quando as forças são utilizadas conjuntamente em operações combinadas ou como suporte a outros instrumentos do Estado. O uso da inteligência artificial nesse processo garante uma atualização contínua sobre o estado das forças, além de avaliar as necessidades presentes e antecipar as futuras. Isso proporciona um tempo valioso para o planejamento e execução do apoio logístico necessário às forças.

6. Desafios da Inteligência Artificial no Processo de Tomada de Decisão Militar

Como já mencionado, a inteligência artificial está transformando diversas áreas, incluindo a defesa, ao melhorar o processo de tomada de decisão militar. No entanto, sua adoção enfrenta grandes desafios que precisam ser superados para o uso eficaz e adequado dessa tecnologia.

a. Qualidade dos dados

A qualidade dos dados utilizados pela inteligência artificial constitui um desafio fundamental para o processo de tomada de decisão militar, pois impacta diretamente a eficácia e a confiabilidade das operações. Segundo Ballesteros (2023), a qualidade de dados depende de uma informação precisa e de alta qualidade. Caso isso não ocorra, o sistema que utiliza a inteligência artificial poderá propor decisões incorretas ou inapropriadas, comprometendo a ação a ser desencadeada pelo decisor militar.

Outra questão importante é a diversidade dos dados. Sistemas de inteligência artificial necessitam de um vasto espectro de dados para desenvolver uma compreensão abrangente do ambiente operacional. Cabe destacar que, se os dados não forem diversos, os algoritmos podem acabar reproduzindo preconceitos presentes nas informações usadas para seu treinamento.

A segurança dos dados é muito importante, pois à medida que a inteligência artificial se torna mais avançada, é essencial proteger os dados contra interceptações e manipulações maliciosas. Portanto, a manutenção da integridade de dados é crucial para garantir que as decisões da inteligência artificial sejam baseadas em informações confiáveis e seguras.

b. Infraestrutura adequada para o emprego da Inteligência Artificial

Uma infraestrutura tecnológica robusta é essencial para que a inteligência artificial seja efetiva em operações militares. Isso inclui hardware e software potentes para processar grandes volumes de dados rapidamente, além de uma rede de comunicações segura e eficiente para o compartilhamento de informações em tempo real.

A confiabilidade dos sistemas é um aspecto fulcral em operações militares, pois contribuirá para decisões que poderão salvar ou perder vidas humanas. A integridade e a segurança dos dados devem ser priorizadas, necessitando de investimentos em cibersegurança, proteção de dados e criptografia.

Em suma, a sustentabilidade dessa infraestrutura requer uma atenção fundamental, pois com o avanço rápido da tecnologia, as soluções de hardware e software precisam ser facilmente atualizáveis para acompanhar as novas tendências e capacidades da inteligência artificial. Isso envolve não apenas uma visão de longo prazo no planejamento e na aquisição de tecnologia, mas também uma capacidade de adaptação contínua.

c. Considerações éticas e legais

Atualmente, um dos maiores desafios na implantação de inteligência artificial no meio militar é a capacidade das máquinas tomarem decisões de vida ou morte, ação tradicionalmente humana. Delegar essas decisões a sistemas autônomos levanta preocupações sobre a aderência às leis internacionais de conflitos armados, como as regras de distinção e proporcionalidade (SMITH, 2020).

Além das questões legais, a utilização de inteligência artificial em combate levanta dilemas éticos complexos. Johnson (2021) aponta que deixar equipamentos tomarem decisões críticas pode enfraquecer a responsabilidade moral e obscurecer a hierarquia de comando. Isso pode afastar os humanos das consequências de suas ações, tornando a guerra mais desumanizada e comprometendo a ética no tratamento e na proteção de civis em conflitos.

Portanto, a inteligência artificial oferece grandes vantagens para a estratégia militar e no processo de tomada de decisão, aumentando a eficiência e precisão das ações dos decisores. No entanto, é essencial que as Forças Armadas e os formuladores de políticas abordem seriamente as questões éticas e legais envolvidas, definindo diretrizes claras e eficazes para o desenvolvimento e para o uso de tecnologias autônomas.

7. Conclusão

Em vista disso, entende-se que a integração da inteligência artificial influenciará na evolução do processo de tomada de decisão militar, especialmente no nível estratégico. Ela vem transformando a dinâmica operacional, melhorando o entendimento das condições estratégicas. Com capacidade de processar e analisar grandes volumes de dados oriundos de várias fontes, a inteligência artificial oferece uma visão mais detalhada e precisa do ambiente operacional. Assim, essa tecnologia pode representar um grande avanço no planejamento e na condução das ações militares, possibilitando aos comandantes militares ferramentas para a tomada de decisões mais efetivas e rápidas.

Além disso, a inteligência artificial melhora o planejamento estratégico ao simular e avaliar várias ações antes de sua execução, otimizando as respostas às ameaças e alinhando as operações aos objetivos estratégicos da Instituição. No entanto, adotar essa tecnologia requer uma infraestrutura robusta e precisa estar atento às questões éticas e legais para evitar a desumanização do combate ou a tomada de decisões autônomas em situações críticas.

Dado o que foi discutido neste artigo, é fundamental que o Exército Brasileiro adote uma postura proativa em relação às inovações tecnológicas, especialmente quanto a integração da inteligência artificial no processo de tomada de decisão militar. Isso garantirá maior efetividade nas decisões dos comandantes militares, fortalecendo a posição e segurança do país no cenário global.

 

 

 

 Referências Bibliográficas: 

  1. BALDISSERA, Olívia. Os 3 Tipos de Inteligência Artificial. Pós PUCPR Digital, 2023. Disponível em: https://posdigital.pucpr.br/blog/tipos-de-inteligencia-artificial. Acesso em: 10 de março de 2024.

  2. BALLESTEROS, Vitorio Enmanuele Bossio. La Inteligencia Artificial en el Ámbito Militar: Una Herramienta Relevante y Útil. Revista Seguridad y Poder Terrestre, Vol. 2, nº 3, 2023.

  3. BRASIL. Exército Brasileiro. Centro de Comunicação Social do Exército - CCOMSEx. Inteligência artificial do Exército é promovida. Brasil, 2023. Disponível em: https://www.eb. mil.br/web/noticias/w/inteligencia-artificial-do-exercito-e-promovida-1. Acesso em: 11 de março de 2024.

  4. BRASIL. Exército Brasileiro. Centro de Educação a Distância do Exército - CEADEX. Tecnologias aplicadas na educação 4.0. Brasil, 2020a. Disponível em: https://www.ceadex.eb.m il.br/e-book3/376-tecnologias-aplicadas-na-educacao-4-0. Acesso em: 11 de março de 2024.

  5. BRASIL. Exército Brasileiro. Comando de Operações Terrestres. Manual de Campanha EB70-MC-10.211 - Processo de Planejamento e Condução das Operações Terrestres. Brasília: Exército Brasileiro, 2020b.

  6. JOHNSON, Emily. Autonomia e ética em sistemas militares autônomos. Jornal de Filosofia e Tecnologia, Vol. 18, nº 1, p. 90-107, 2021.

  7. McCARTHY, John. Interview: What Is Artificial Intelligence - Computer Science Department. Stanford: Stanford University, 2007.

  8. NATIONAL GEOGRAPHIC. Quem foi Alan Turing, pioneiro no desenvolvimento da inteligência artificial e da computação moderna. National Geographic, 2023. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2023/06/quem-foi-alan-turing-pioneiro-no-de senvolvimento-da-inteligencia-artificial-e-da-computacao-moderna. Acesso em: 10 de março de 2024.

  9. SMITH, John. Considerações legais da IA em conflitos armados. Revista de Direito Internacional, Vol. 45, nº 2, p. 234-250, 2020.

  10. TUDELA, José Manuel Roldán. La inteligencia artificial y la ficción de la guerra. In: Ministerio de la Defensa. Documentos de Seguridad y Defensa 79 - La inteligencia artificial, aplicada a la defensa, Cap, 4, p. 99-126, 2019. Madrid: Instituto Español de Estudios Estratégicos, 2019.

 

Rio de Janeiro - RJ, 11 de julho 2024.


Como citar este documento:
Alves, Flavio Tostes; Alves, Anderson dos Santos. A Inteligência Artificial e sua utilização no processo de tomada de decisão militar. Observatório Militar da Praia Vermelha. ECEME: Rio de Janeiro. 2024.  

.

Fim do conteúdo da página