Grupo de Estudo Desastres e Mudanças Climáticas
Motivado pelas enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul, este grupo de estudos foi criado tendo como objetivo geral compreender a relação entre os desastres e as mudanças climáticas. Para tanto, os desastres serão aqui definidos como fenômenos multidimensionais, ou seja, eventos complexos não só em sua natureza, mas na resposta que exigem e atores que envolvem.
Os desastres naturais, cada vez mais recorrentes, estão intimamente ligados ao tema das mudanças climáticas e por conseguinte, à ação humana sobre o ambiente em que vivemos. Neste sentido, estudar episódios de enchentes, secas e ondas de calor, mas também suas consequências para a saúde e bem-estar humanos é um convite a uma reflexão mais ampla sobre o desastre, como fenômeno multidimensional. Tais fenômenos, por definição, são aqueles cuja abordagem e tratamento requerem a consideração de que sua natureza é complexa. Por conseguinte, o entendimento de suas causas e consequências, bem como formas de prevenção e de resposta demandam um olhar multifacetado, que extrapole a adoção de uma única lente interpretativa.
Assim, para além das reflexões diretamente ligadas ao acompanhamento de casos concretos, este grupo debruça-se sobre os diversos temas que ajudam a compreender conceitual e empiricamente os desastres como fenômenos multidimensionais. Para tanto, foram formuladas as seguintes questões norteadoras, dentre outras que poderão surgir futuramente: O que é um desastre e suas qualificações de desastre natural, tecnológico, antrópico e societal? Qual a relação entre a recorrência dos desastres e a intensificação das mudanças climáticas? Qual a diferença entre risco e desastre e por que podemos dizer que o segundo é evitável? O que são cidades resilientes e qual a sua relação com os desastres? Como as guerras, os conflitos armados e suas consequências estão relacionados aos desastres? O que é o ciclo de gestão de desastres no Brasil? Qual a relação da logística e da mobilização para a resposta aos desastres?