Ir direto para menu de acessibilidade.
Portal do Governo Brasileiro
Início do conteúdo da página

O apoio ocidental à Ucrânia no contexto da invasão Russa em 2022

Publicado: Quinta, 15 de Fevereiro de 2024, 01h01 | Última atualização em Segunda, 08 de Abril de 2024, 15h44 | Acessos: 536

 

Bruno César da Silva Conceição
Major do Exército Brasileiro. Atualmente está realizando o CAEM na ECEME.
.

1. Introdução

A invasão russa no território ucraniano em fevereiro de 2022 é um evento que não pode ser analisado de forma estanque e nem tampouco isolada, visto que agrega fatores e aspectos que remontam à dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), na medida em que os antigos países satélites continuam apresentando rusgas quanto à “onipresença” de Moscou nas outroras repúblicas soviéticas (CUNHA, 2022). Kappeler (2014) ressalta que, com o colapso da URSS em 1991, todas as antigas repúblicas soviéticas vieram a declarar suas respectivas independências, restando apenas o território da antiga República Federativa Soviética Russa, a qual correspondia aproximadamente ao Estado moscovita em meados do século XVII. Em decorrência disso, a Rússia ficou privada da maior parte das periferias imperiais, vindo a perder seu status de superpotência.

Inserida nesse cenário, a Ucrânia declarou sua independência em 1991. O ato foi adotado em consequência da tentativa de golpe perpetrada em 19 de agosto daquele ano, quando a mão de ferro dos líderes comunistas da URSS tentou restaurar o controle do Comitê Central do Partido Comunista sobre a URSS. Contudo, a transição para a democracia e o capitalismo na Ucrânia foi dolorosa e caótica, e muitos ucranianos, especialmente no Leste do país, ansiavam pela suposta estabilidade vivenciada outrora (BARBOSA, 2022).

Diante dessa realidade, a política externa russa passou a tratar como um de seus principais objetivos a manutenção das regiões do antigo império soviético em sua esfera de influência. E assim, os russos envidaram esforços no sentido de, efetivamente, controlar o espaço pós-soviético, designado como “near abroad”. Para tanto, realizaram ações de toda ordem, muitas das quais, interferindo nos assuntos internos das ex repúblicas soviéticas, restringindo com isso, a soberania desses países (KAPPLER, 2014). Em vista disso, este artigo busca analisar o apoio ocidental prestado à Ucrânia por ocasião da invasão russa em 2022.

2. A crise russo-ucraniana

A partir de 2008, a Ucrânia planejou ingressar formalmente na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Contudo, essa postura ucraniana não foi bem digerida por alguns países ocidentais. Se de um lado, os ucranianos contaram com o apoio dos Estados Unidos da América (EUA), de outro lado, a Ucrânia teve que enfrentar a oposição franco-alemã, muito em decorrência da reprovação russa a essa adesão. Tal anseio desacelerou em fevereiro de 2010, ocasião em que foi eleito um novo presidente ucraniano (Viktor Yanukovich), que havia feito uma promessa do país adotar uma postura neutra no cenário europeu e cooperar tanto com a Rússia, quanto com as alianças ocidentais, como a União Europeia e a OTAN (OZILI, 2022).

A destituição e fuga do presidente Viktor Yanukovich para a Rússia em fevereiro de 2014, bem como a grave dissensão que se seguiu, permitiu que o parlamento de Criméia aprovasse, às pressas, sua independência da Ucrânia e sua adesão à Rússia, gerando uma crise separatista. Enquanto isso, milhares de soldados russos foram enviados secretamente para a região a pedido do destituído presidente Viktor Yanukovich. Ainda que a Rússia argumentasse que a ação visava proteger seus cidadãos em meio à crise, a forte ligação histórica da Rússia com a Criméia, em adição à presença da frota russa no mar Negro, motivou um rápido movimento para oficializar a anexação do território pelo Kremlin, o que ocorreu efetivamente em 21 de março de 2014.

Apesar dos termos do acordo firmado em Minsk em fevereiro de 2015, Putin reconheceu as regiões separatistas ucranianas de Donetsk e Luhansk como repúblicas independentes e autorizou o envio de militares russos para essas regiões em fevereiro de 2022. Na noite do dia 23 de fevereiro de 2022, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou uma reunião emergencial do Conselho de Segurança (CSNU). Na madrugada do dia 24 de fevereiro de 2022, Putin anunciou uma “operação militar especial” em Donbass, alegando ataques e opressões por parte Kiev, e apontou que o objetivo da missão era “desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia” (APARECIDO; AGUILAR, 2022).

A agressão sem precedentes da Rússia em desfavor da Ucrânia deu substrato à adoção de duras sanções por parte da União Europeia contra o Estado russo, visando alcançar o núcleo da economia eslava e privá-la de tecnologias e mercados críticos e modernos, a fim de limitar-lhe a capacidade de conduzir e sustentar uma guerra (UNIÃO EUROPEIA, 2023).

Nesse cenário, a União Europeia e os seus parceiros internacionais condenaram firmemente a guerra de agressão não provocada e injustificada perpetrada pela Rússia, enquanto passaram a adotar um conjunto de sanções severas e a prestar assistência financeira, humanitária, militar junto à Ucrânia (UNIÃO EUROPEIA, 2023).

3. A União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte

Em consequência de duas guerras mundiais, o conceito westfaliano de soberania e os princípios da balança de poder viram minguar suas importâncias na ordem contemporânea do continente que as criou (KISSINGER, 2014). Cerca de 40 milhões de europeus perderam a vida na 2ª Guerra Mundial e outros milhões ficaram na miséria. O protagonismo europeu no cenário geopolítico mundial, que durante tanto tempo configurou e dominou o tabuleiro geopolítico, foi superado pela ascensão dos Estados Unidos da América e da URSS no tabuleiro geopolítico mundial (WOOLF, 2014)

Com o objetivo de pôr termo aos conflitos recorrentes, frequentes e sangrentos que culminaram na 2ª Guerra Mundial, os políticos europeus iniciaram o processo de construção do que hoje é a União Europeia (UNIÃO EUROPEIA, 2023). Dentre todas as iniciativas implementadas, toma destaque as que foram voltadas para o campo econômico que, acredita-se que tenha sido o grande motivador para que as nações europeias se unissem e formassem um grande bloco comum.

O plano Marshall, lançado pela administração Truman nos EUA, teve por objetivo apoiar o “velho continente” no restabelecimento da paz e na contenção do comunismo soviético. Seguidamente ao lançamento dessa robusta medida político-econômica, formou-se, em 1949, a OTAN, organização de defesa coletiva, direcionada para a defesa transatlântica que, até a atualidade, se mantém relevante para a defesa europeia (DAEHNHARDT, 2018). Desse modo, a OTAN passou a constituir-se como aliança político-militar com objetivo central de salvaguardar a liberdade e a segurança dos seus membros. As três décadas seguintes ao fim da Guerra Fria marcaram sucessivas ondas de expansão da OTAN a Leste, incorporando, na prática, quase todo o antigo Pacto de Varsóvia (CARMONA, 2022).

O princípio da defesa coletiva encontra-se no cerne do tratado fundador da OTAN. Assim, permanece como aspecto único e duradouro que une seus membros, comprometendo-os a proteger uns aos outros, da mesma forma que estabelece um espírito de solidariedade dentro da Aliança (OTAN, 2022).

De tal sorte, o tratado firmado pelos Estados membros estabelece que, caso um aliado da OTAN seja vítima de ataque armado, todos os demais integrantes considerarão tal ato de violência como um ataque armado contra si e, em razão disso, tomarão as medidas que considerarem necessárias para ajudar o aliado atacado (OTAN, 2022).

Woolf (2014) traz, ainda, a expansão paulatina do número de afiliados da Comunidade Econômica Europeia. Grã-Bretanha, Dinamarca e Irlanda adentraram à organização em 1973, seguidas por Grécia (1981), Portugal e Espanha (1986). A partir de 1992, a cooperação entre os membros se estendeu a outras áreas como as de defesa, polícia e imigração. Pôde-se observar, ainda, a amenização das fronteiras entre as Europas Ocidental e Oriental quando da adesão de dez novos países em 2004, a saber: Chipre, Malta, República Tcheca, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Eslováquia e Eslovénia. Em 2007, seguiram-se a esses a Bulgária e a Romênia (UNIÃO EUROPEIA, 2023).

Atualmente, a evolução da União Europeia enquanto ator de segurança e defesa vem se desenvolvendo conforme a análise da evolução de sua Política Comum de Segurança e Defesa (PCSD), em coordenação com a parceria estratégica com a OTAN, sendo amplificada em razão do recente cenário de crise decorrente da eclosão do conflito russo-ucraniano (TRAVASSOS, 2022).

4. O apoio ocidental prestado à Ucrânia ao longo de 2022

Na expressão econômica, o apoio prestado incluiu doações, empréstimos e garantias de empréstimos feitos ao governo da Ucrânia. Também foram observadas as linhas de swap de moeda estendidas ao banco central ucraniano, uma vez que foram linhas de crédito permanentes que permitiram à Ucrânia pagar parte de suas importações e necessidades urgentes de guerra em moeda estrangeira. Como exemplo, a Polônia disponibilizou ao governo ucraniano uma linha de crédito de 1 bilhão de dólares em 24 de fevereiro de 2022 (TREBESCH, 2023).

Por outro lado, as medidas do primeiro pacote de sanções europeias em desfavor de Moscou consistiram na proibição da importação de mercadorias, em restrições ao setor do comércio e ao investimento em determinados setores econômicos, na proibição da existência de serviços relacionados com a propaganda turística, na proibição da exportação de mercadorias, serviços e tecnologias, e em restrições ao acesso a mercados e serviços financeiros da União Europeia (EUROPEAN COMMISSION, 2023).

O total do apoio disponibilizado à Ucrânia gira em torno de 123 bilhões de euros em compromissos bilaterais. Os EUA foram, de longe, os maiores apoiadores, tendo comprometido 73,18 bilhões de euros (mais de 50% do total). Os governos dos países da União Europeia concederam um total de € 19,9 bilhões bilateralmente, além de 29,92 bilhões de euros por meio da Comissão e do Conselho da União Europeia, 3,1 bilhões de euros por meio do Fundo Europeu para a Paz e 2 bilhões de euros por intermédio do Banco Europeu de Investimento. Isso elevou os auxílios totais da União Europeia à Ucrânia para 54,92 bilhões de euros (TREBESCH, 2023).

Figura 1 - Compromisso de apoio à Ucrânia por grupo de doadores (24 jan 2022 a 15 jan 2023)

apoio ocidental a ucrania no contexto da invasao russa em 2022 fig1

Fonte: TREBESCH, 2023.

Concomitante ao aporte financeiro, deu-se o auxílio por intermédio da doação de material de emprego militar (MEM). Essa relevante ajuda elevou, muito possivelmente, as capacidades de defesa das forças armadas ucranianas, ameaçadas pela notória superioridade militar moscovita.

O levantamento realizado por Trebesch (2023), aponta que os EUA lideraram por larga margem as ajudas com armamentos e equipamentos militares, perfazendo cerca de 44,34 bilhões de euros em concessões, sendo seguidos pelo Reino Unido (4,89 bilhões de euros), Polônia (2,43 bilhões de euros) e Alemanha (2,36 bilhões de euros).

Em termos de materiais de emprego militar, estima-se que até 15 de janeiro de 2023, a Ucrânia tenha recebido cerca de 368 (trezentos e sessenta e oito) veículos blindados, 287 (duzentos e oitenta e sete) obuseiros de artilharia, bem como 49 sistemas de lançamento de foguetes múltiplos. Ao avaliar os compromissos de armas pesadas, percebe-se que a Ucrânia tenha recebido um aporte de 11,19 bilhões de euros, dos quais 5,37 bilhões de euros vieram dos EUA (quase 48%) e 4,37 bilhões de euros (cerca de 39%) oriundos de países da União Europeia (TREBESCH, 2023).

Outra ferramenta utilizada no fornecimento de materiais de emprego militar à Ucrânia, particularmente no caso alemão, foram as denominadas “circle exchanges”, conhecidas na Alemanha por “Ringtausch” ou, em tradução literal, “trocas circulares”. Em síntese, tais apoios consistiram na reposição, com meios equivalentes, do material de emprego militar daqueles países que se dispusessem a fornecer seus meios orgânicos diretamente à Ucrânia. Em termos práticos, países como Eslováquia e Eslovênia passaram a fornecer seus obsoletos tanques de origem soviética e, em contrapartida, candidataram-se a receber substitutos da Alemanha no padrão ocidental. Especificamente no caso eslovaco, a título de exemplo, restou acordado com a Alemanha que, pelo envio de 30 (trinta) IFV BMP-1 para a Ucrânia, o país seria reembolsado com 15 (quinze) carros de combate do tipo Leopard 2A4, incluindo-se munição, treinamento e serviços logísticos.

Na expressão psicossocial, majoritariamente, as iniciativas de auxílio vieram de nações como os EUA e a Alemanha, mensuradas em 3,72 bilhões de euros e 2,5 bilhões de euros, respectivamente, agregando maior volume ao total despendido para a contenção do avanço russo sobre o território ucraniano, o que possibilitou oferecer suporte mínimo à população civil diretamente afetada (TREBESCH, 2023).

Outrossim, no que diz respeito ao acolhimento de refugiados, países como Polônia, Alemanha e República Checa foram extremamente receptivos aos refugiados oriundos da região do litígio, tendo promulgado medidas imediatas de curto prazo em apoio aos cidadãos severamente afetados. Além do mais, tais países serviram de passagens às evacuações e ao transporte de mercadorias e suprimentos essenciais dentro e fora da Ucrânia (JAIN, 2022).

5. Considerações finais

Dessa feita, considerando o volume do apoio fornecido à nação ucraniana, mormente no que se refere aos campos econômico, militar e psicossocial ora apresentados, evidencia-se a relevante participação ocidental no conflito russo-ucraniano. O conjunto de medidas tomadas, evidentemente, contribuiu para conferir maiores capacidades ao Estado ucraniano para realizar a defesa de seu território, além de prestar suporte à população civil afetada, pelo que resultou em considerável resistência ao avanço russo.

Por fim, resta cada vez mais transparente o alargamento do atrito entre Moscou e o Ocidente, todavia, mantém-se como dúvida se o apoio prestado pela União Europeia e a OTAN será suficiente para conter as ações russas e, sobretudo, se tais instituições serão capazes de evitar a expansão do conflito bélico para a porção oeste do Velho Continente

 

 

 Referências Bibliográficas: 

  1. APARECIDO, Julia Mori. AGUILAR, Sérgio Luiz Cruz. A Guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Série Conflitos Internacionais, Vol. 9, nº 1, p. 1-19, 2022.

  2. BARBOSA, André Luiz. Conflito entre Rússia e Ucrânia - Um olhar histórico, geopolítico e de relações internacionais. JUSBRASIL, 2022. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/art igos/conflito-entre-russia-e-ucrania-um-olhar-historico-geopolitico-e-de-relacoes-internacionais/1 531356439. Acesso em: 14 de julho de 2023.

  3. CARMONA, Ronaldo G. A guerra na Ucrânia: uma análise geopolítica. CEBRI-Revista, ano 1, nº 3, p. 88-111, 2022.

  4. CUNHA, Vinícius Melquíades. A invasão da Ucrânia: um olhar sobre o somatório de fatores que fomentaram a campanha militar russa iniciada em Donbass. Anais Eletrônicos do XII Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa, 2022. Disponível em: https ://www.enabed2022.abedef.org/resources/anais/19/enabed2022/1655235148_ARQUIVO_9ecdee08b490f4736bb3809a8dbc3eb9.pdf. Acesso em: 12 de agosto de 2023.

  5. DAEHNHARDT, Patricia. German Foreign Policy, the Ukraine Crisis and the Euro-Atlantic Order: Assessing the Dynamics of Change. German Politics. Vol. 27, nº 4, p. 516-538, 2018.

  6. EUROPEAN COMMISSION. Schengen, borders and visa. European Commission, 2023. Disponível em: https://home-affairs.ec.europa.eu/policies/schengen-borders-and-visa_pt?etrans=p t. Acesso em: 24 de abril de 2023.

  7. JAIN, Nityanand et al. European Countries Step-up Humanitarian and Medical Assistance to Ukraine as the Conflict Continues. Journal of Primary Care & Community Health, Vol. 13, p. 1-5, 2022.

  8. KAPPELER, Andreas. Ukraine and Russia: Legacies of the imperial past and competing memories. Journal of Eurasian Studies, Vol. 5, nº 2, p. 107-115, 2014.

  9. KISSINGER, Henry. Ordem Mundial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.

    OTAN. Founding Treaty. OTAN, 2022. Disponível em: https://www.nato.int/cps/en/natohq/top ics_67656.htm. Acesso em: 21 de abril de 2023.

  10. OZILI, Peterson K. Global Economic Consequence of Russian Invasion of Ukraine. Social Science Research Network, 2022. Disponível em: file:///C:/Users/Anselmo%20Oliveira/Down lo ads/SSRN-id4064770.pdf. Acesso em: 21 de abril de 2023.

  11. TRAVASSOS, Beatriz Cacho Sousa. A União Europeia como ator global de segurança e defesa – no contexto da Guerra da Ucrânia. Dissertação de Mestrado na Universidade de Lisboa, 2022. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2022.

  12. TREBESCH, Christoph et al. The Ukraine Support Tracker: Which countries help Ukraine and how? Kiel Institute for the World Economy, 2023. Disponível em: https://www.ifw-kie l.de/topics/war-against-ukraine/ukraine-support-tracker/?cookieLevel=not-set. Acesso em: 20 de abril de 2023

  13. UNIÃO EUROPEIA. História da UE. União Europeia, 2023. Disponível em: https://european-union.europa.eu/principles-countries-history/history-eu_pt. Acesso em: 26 de abril de 2023.

  14. WOOLF, Alex. Uma nova história do mundo. Rio de Janeiro: M. books, 2014.

 

Rio de Janeiro - RJ, 15 de fevereiro 2024.


Como citar este documento:
Conceição, Bruno César da Silva.O apoio ocidental à Ucrânia no contexto da invasão Russa em 2022. Observatório Militar da Praia Vermelha. ECEME: Rio de Janeiro. 2024.  

.

Fim do conteúdo da página